Dê sentido aos seus sentidos (Em 28/03/12)

PELO SIMPLES PRAZER DE DESCREVER

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Sentinelas verde-oliva
Petherson Charles Pereira do Nascimento


       Grandiosas, incólumes, de postura calculada à guisa de guarda real; assim, emolduradas pelos tons aurirrubros da linha do horizonte ao fim da tarde, postam-se as magnânimas árvores de minha terra amada.
       Enfileirados desde os sopés aos cumes dos montículos do vasto campo divinizado, admirados com assombro pueril por olhos que bailam à balada romântica dos pássaros, estão os gigantes usando capacetes adornados com flor e fruto — amor pela vida e pela escultura clássica —, com parcimônia sapiente e orgulho no peito. São as leais sentinelas, seu contorno não nega, que a mãe Natureza nos concede sem ressalvas.
       Segurança e tranquilidade saltam delas; um carinho que firma a consciência ao notar a firmeza emaranhada de seus pés, raízes profundas, dotadas de vida e pulso. Suporte para o homem poetizado, capaz de ver nas árvores a sinuosidade inebriante de suas musas; e escada para outras esculturas de máscara verde-oliva, estas que ascendem aos céus enquanto abraçam seu vigoroso dorso meio à serpenteante dança de trepadeira cigana. Linhas de vida frisadas e citadas nas canções dos campos, doces sentinelas.
       A tarde se vai, a noite vem, gira a roda da vida e lá estão as sentinelas de Gaia, reluzindo em madeira e verde o abraço do Todo.


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