" O balão vai subindo, vem caindo a garoa..."

Música: Sonho de papel (Carlos Braga e Alberto Ribeiro)




      Textos dissertativos desenvolvidos em sala de aula pela Turma Alfa da Segunda Série do CFS.

      A atividade buscou trabalhar o conhecimento prévio que os alunos dispunham a respeito do assunto e da estrutura de um texto dissertativo. Por isso, as redações não tinham o compromisso de seguir os esquemas que são recomendados pelos professores nas aulas sobre dissertação.

Tema:



Soltar balões é uma simples manifestação cultural brasileira. Os governantes deveriam liberar essa atividade, já que sua obrigação é zelar pelo patrimônio cultural da nação (Válter Azevedo, 35 anos, vendedor).

Como você se posiciona com relação à prática de soltar balões nas festas juninas?

Alguns dos resultados estão aqui:

Perigo no ar
Ágatha Brenda Rodrigues Lima

Soltar balões é uma cultura bastante antiga em certas regiões brasileiras. Apesar de alguns a praticarem em qualquer época do ano, ela é mais frequente no período junino. Essa prática pode até ser divertida para quem faz e solta balões ou para quem apenas observa, mas algumas vezes essa diversão pode se converter em dor e tristeza.
Um dos maiores danos que os balões podem causar ao meio ambiente são os incêndios nas florestas, principalmente em épocas de seca, podendo causar ainda a morte de dezenas de animais, dependendo da intensidade do fogo. Mais perigoso ainda é quando o balão cai em áreas residenciais, chocando-se com fios de alta tensão, provocando transtornos e/ou mais incêndios. Anualmente, há vários casos de balões que caem em residências, ferindo ou matando pessoas inocentes.
A Sociedade Amigos do Balão, sediada no Rio de Janeiro, tenta convencer a população de que se pode soltar balões com segurança. Isso porque os balões que são fabricados e soltos por tal entidade não possuem buchas incandescentes, consequentemente não oferecem o risco de um incêndio. Porém ainda podem trazer sérios problemas à aviação.
Por isso, o Governo não deve liberar a prática de soltar balões, porque, no mesmo momento em que estaria permitindo o cultivo de um "patrimônio cultural", estaria colocando em risco a vida dos cidadãos e da natureza, que são muito mais importantes.



Diversão perigosa
Aline Santos Giovannini

A prática de se soltarem balões faz parte da cultura de algumas regiões do Brasil. Passada de geração para geração, essa brincadeira arriscada é típica das festas juninas.
Os balões enfeitam o céu com as mais variadas estampas e tamanhos e enchem de admiração os olhos das pessoas que os soltam e que os contemplam, mas são um dos maiores causadores de incêndios nos meses de junho e julho.
As matas são as que mais sofrem. Nessa época do ano, em que o ar é mais seco, um balão que caia aceso numa região de mata, em poucos minutos, pode espalhar chamas por quilômetros. 
Nas grandes cidades, patrimônios públicos são prejudicados, causando transtorno à população; casas são incendiadas, colocando em risco a vida das pessoas.
A aviação é outra esfera posta em risco por essa atividade; quando o balão atinge uma certa altitude, que seja rota de aviões, ele pode entrar em uma turbina e fazer com que o motor pare de funcionar, derrubando a aeronave.
Apesar de todos os riscos que a prática de soltar balões nos traz, há uma sociedade chamada Amigos do Balão, situada no Rio de Janeiro, que defende essa atividade. Seus integrantes afirmam que o balão ecologicamente correto, aquele que sobe somente com o ar quente, sem auxílio de buchas, não causa risco algum à sociedade. Porém, como pode acabar comprometendo as operações aéreas, é preciso que se façam estudos mais aprofundados sobre o assunto, para que só depois seja liberada essa prática.



Balões: prática ilegal
Adriano José do Carmo

Soltar balões de ar quente impulsionados por buchas é extremamente perigoso. Apesar de ser uma prática das festividades juninas, e por isso poder ser considerada um traço da cultura brasileira, ela não deixa de colocar em risco de acidentes a aviação e a vida.
Segundo o CENIPA (Centro de Investigações de Acidentes Aeronáuticos), órgão militar da Força Aérea, os balões são verdadeiras ameaças para a aviação, podendo provocar danos nas turbinas das aeronaves, colocando muitas vidas em perigo.
Existe no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, a Sociedade Amigos do Balão. Há uma diferença entre eles e os demais baloeiros: seus balões sobem apenas com ar quente. Analisando por esse lado, são balões que não oferecem riscos às matas, às casas e às cidades, mas para a aviação é absolutamente arriscado. Não contém bucha, porém o tamanho de sua estrutura pode chegar a parar o motor de um avião.
Há movimentos que defendem a prática da soltura de balões em áreas restritas, por exemplo, que não coloquem em xeque a vida, a aviação e a integridade dos patrimônios, soltando-os em trajetórias que não os conduzam para as cidades. Para que isso ocorra, deve-se ter a exata previsão dos ventos e se escolherem lugares que ofereçam mais segurança, como os próximos ao litoral.
Contudo, como a fiscalização é sempre frágil, não há como se fazer um controle dessa prática, mesmo com as restrições comentadas acima. Sempre existe o risco dos grupos ilegais de baloeiros, que atuam constantemente nas grandes cidades, como São Paulo. Acidentes são sempre noticiados nos meios de comunicação. Portanto, cabe à polícia e à Aeronáutica não abrirem exceções que permitam a legalização dos balões.



Arte criminosa
Ana Gabriela Santos Oliveira


A diversidade do povo brasileiro proporciona que sejam encontradas, em uma só nação, várias culturas. Na região Nordeste, por exemplo, assim como em outras regiões do país, os meses de junho e julho são abrilhantados por vários eventos culturais e religiosos alusivos a São João. Quadrilhas, comidas típicas, danças folclóricas são alguns desses atrativos das festas juninas; assim também a prática de soltar balões.
Os balões podem ter diversas formas e tamanhos e são levados ao céu através do ar quente resultado da queima de um combustível, como querosene ou gasolina, sobre uma estopa ou bucha. O fato de não ser tripulado permite ao balão tomar direções comandadas exclusivamente pelo vento. Tal condição, aliada ao transporte de líquido inflamável, torna essa prática algo muito perigoso. A queda de um balão representa riscos potenciais à segurança das pessoas e a propriedades. É um espetáculo interessante ver os balões colorindo o céu; contudo tal admiração termina quando são postas em perigo vidas inocentes.
Existem outras formas de preservação da cultura de nosso povo, como as quadrilhas, com coreografias e trajes que remetem aos costumes dos antepassados, apresentações teatrais e a conservação de métodos singulares de preparo de comidas características dessas festas, não sendo necessário, então, soltar balões para concretizar e perpetuar a cultura das comemorações juninas.
Os balões ocupam o espaço aéreo destinado às aeronaves, pondo em risco o bom andamento do serviço de tráfego aéreo. Além disso, a queda de um balão pode trazer transtornos ambientais com a queima de áreas florestais e demais danos associados a essa degradação. Por isso a prática de soltar balões é proibida por lei, constituindo-se como crime ambiental.
A atividade baloeira possui simpatizantes e é, de fato, uma prática que desperta a curiosidade. Porém não deve ser incentivada como uma forma de manifestação cultural, já que traz mais prejuízos que benefícios.





Tradição versus segurança
Amós Alexander de Oliveira Souza

Soltar balões juninos é uma prática muito comum em várias regiões do país. Tal brincadeira já está arraigada à cultura de muitos brasileiros, apesar de seu início não ter se dado no Brasil, e, sim, na China, há muitos séculos. Entretanto, a soltura de balões, ainda que parecendo inofensiva à primeira vista, traz consigo alguns riscos que devem ser considerados.
Tradicionalmente, balões sobem porque se utilizam do ar quente, que é mais leve do que o ar. Nesse ponto reside todo o problema, pois isso é conseguido por intermédio da queima de uma bucha, com querosene, que sobe junto com o balão. Por serem leves e não terem mecanismos de direção e controle, são levados pelos ventos a qualquer lugar, até mesmo para bem longe de onde foram soltos. Ao caírem, devido ao material inflamável que carregam, podem ocasionar incêndios, capazes de destruir parques, reservas ambientais e florestas. Caso um balão caia próximo a redes de alta-tensão, poderá causar danos e incêndios, prejudicando toda a transmissão de energia elétrica para os consumidores. Linhas de produção fabris irão interromper suas atividades, acarretando um enorme prejuízo. Não é de causar espanto que a Eletrobrás já tenha lançado campanhas advertindo sobre os balões e queimadas próximas a linhas de transmissão.
Além dos prejuízos materiais, os balões põem em risco a vida de muitos cidadãos. Caso um balão caia em alguma região densamente povoada ou até mesmo onde haja atividade humana, como fábricas, favelas, residências, galpões, entre outros, há o risco de incêndio, que pode ceifar muitas vidas completamente alheias à prática da soltura de balões. Já houve verdadeiras catástrofes assim, como a que ocorreu em 2010, que simplesmente incinerou toda uma favela em São Paulo.
Há quem defenda a soltura de balões apenas de ar quente. Tais balões são diferentes dos demais, devido ao fato de serem aquecidos ainda no solo e somente depois eles são soltos, sem auxílio de materiais inflamáveis para se sustentarem no ar. De fato, elimina-se o risco de incêndios, mas ainda há que se ponderar que mesmo eles atingem alturas consideráveis, o suficiente para adentrarem as rotas de tráfego aéreo. Ou seja, são um risco para as aeronaves, pois podem entupir turbinas ou mesmo danificar as estruturas dos aviões. Um Airbus A319 tem velocidade de cruzeiro próxima dos 900 km/h. Numa velocidade dessas, não é muito fácil desviar de algo, e o choque com algum corpo denso pode até derrubar uma aeronave, como quase ocorreu recentemente nos EUA; um simples urubu quase causou uma catástrofe.
Portanto, deve-se analisar se é válido manter uma tradição com tantos riscos para a vida. Manter uma prática só por motivos culturais pode não ser uma boa escolha. Nos carnavais, até a década de setenta, era utilizado o lança-perfume, que é tóxico e alucinógeno, mas hoje sua utilização está proibida. Briga de galos é crime ambiental, mas nem sempre foi e ainda faz parte dos costumes de várias regiões. Nossos parlamentares têm jurisprudências para analisar com cautela o caso, a fim de defender e proteger aqueles os quais representam.