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Tema dissertativo:
"Isso de que criança tem de brincar é uma tremenda bobagem. Meus filhos não têm tempo para brincadeiras. Comigo é do colégio para o inglês, do inglês para a informática, da informática para o jiu-jítsu", diz Marlene Souza, 34 anos.
Você concorda com essa posição? Por quê?
Brincando
para crescer
Mariana Barbosa da Silva
Visando
a preparação de seus filhos para um mercado de trabalho cada vez
mais competitivo, alguns pais sobrecarregam-nos de atividades
extracurriculares, ignorando o valor das brincadeiras na formação
do indivíduo. No entanto, brincar é, antes de tudo, um direito de
toda criança. Através das brincadeiras, elas desenvolvem sua
coordenação motora e os aspectos cognitivos para o desfrute de suas
experiências. Brincar auxilia no desenvolvimento das relações
intra e interpessoal e ainda na maneira de lidar com as diferenças
existentes na sociedade. Além do mais, durantes as brincadeiras,
elas podem desenvolver habilidades que futuramente podem vir a ser
empregadas profissionalmente.
Há
várias maneiras de a criança se desenvolver para a vida, e brincar
é uma delas. Apesar de toda a evolução tecnológica que faz com
que elas fiquem mais tempo dentro de casa com seus jogos de última
geração, elas precisam vivenciar o mundo e exercitar seu corpo.
Isso só é possível através de jogos que ativem sua coordenação
motora, como o golzinho, o pique-pega, o jogo de bola de gude, a
pipa, o pião, enfim, tudo o que a fizer se movimentar. Além disso,
colorir, montar quebra-cabeça, desenhar, jogar o jogo da memória
são atividades lúdicas que ajudam a desenvolver o raciocínio
lógico.
Relacionar-se
com o mundo é um desafio para todos, ainda mais para uma criança.
Fazer uma amizade pode parecer algo simples, mas não é. Muitas
famílias hoje têm acesso fácil à internet,
o que faz com que os pequenos gastem mais tempo diante de uma tela
fria, substituindo o contato em grupo por amigos virtuais. As
relações interpessoais são de extrema importância para a
evolução social do indivíduo; isso fortalece o psicológico das
crianças e sua autoestima. Por meio das brincadeiras, elas aprendem
a conviver com as diferenças existentes na sociedade. Aprendem, por
exemplo, a respeitar os costumes das crianças oriundas de outras
culturas, de etnias e religiosidade diferentes da sua. Além disso,
nesse convívio em sociedade, elas têm oportunidade de se relacionar
com indivíduos portadores de necessidades especiais, o que é um
preparo para o pleno exercício da cidadania.
Alguns
adultos descobriram, através das brincadeiras na infância, sua real
vocação para o trabalho. Um claro exemplo disso é o do ex-jogador
Ronaldo Nazário, que jogava bola nos campos de grama alta com seus
amigos em Bento Ribeiro, no Rio de Janeiro, e veio a se transformar
num campeão mundial pela Seleção Brasileira de Futebol. Além
desse caso, que se insere na dimensão esportiva, existem outras
profissões que também contam com as brincadeiras como ferramenta de
formação. Podem ser citadas como exemplo a medicina (humana e
veterinária), o magistério, a engenharia, a arquitetura, a
segurança pública, as artes cênicas, entre outras. Todas essas
profissões um dia inspiraram brincadeiras durante a infância,
proporcionando momentos em que as crianças vivenciaram um ou outro
fundamento básico de seu universo profissional.
Com
isso, vemos que brincar é mesmo fundamental para o desenvolvimento
do ser humano. Certas brincadeiras podem auxiliar na formação do
indivíduo, tanto na física e mental quanto na profissional. Brincar
é, antes de mais nada, diversão, o que não impede que signifique
também formação. Isso é sinônimo de ser criança. Afinal, não
haveria graça em se ser criança, e não se poder desfrutar do
direito a uma infância plenamente saudável e feliz.
Brincar,
aprender e viver
Pedro Henrique Nunes de Freitas
Com
o fenômeno da globalização, surgiram novas formas e teorias sobre
educação e sobre como educar. Independentemente disso, criança
sempre foi sinônimo de diversão, situação que hoje vem se
invertendo com a atitude de algumas mães e pais, que privam seus filhos
desse momento em troca de uma rotina de estudo e atividades diversas.
Todas as pessoas, principalmente as crianças, têm direito ao lazer
e ao descanso. As brincadeiras ajudam a introduzi-las na sociedade e
a melhorar o convívio em seu seio. Além disso, esses seres, que são
mais sensíveis, não possuem uma mente e um corpo devidamente
preparado para obter um total aproveitamento de uma rotina exaustiva
de atividades.
O
lazer é fundamental para uma boa educação. Uma criança que
aprende brincando assimila muito melhor os novos conhecimentos
adquiridos no dia a dia. As famosas canções de roda, por exemplo,
atravessaram gerações até os dias de hoje, auxiliando no
desenvolvimento de habilidades como concentração e memória. Da
mesma maneira, um grande atleta pode surgir de uma brincadeira de
pega-pega, assim como um grande pintor poderá nascer de simples
rabiscos aparentemente aleatórios.
Ninguém
vive sozinho; as crianças não são diferentes. A introdução dos
pequenos na vida em sociedade deve ser iniciada desde cedo. O
desenvolvimento de laços com outras crianças torna a convivência
mais saudável e vai ensinar a ela algumas noções iniciais de como
viver bem em grupo. Obviamente, algumas pequenas brigas e muitas
birras vão surgir; é algo natural nessa fase. Porém, mesmo isso
será primordial para o desenvolvimento da boa educação e para o
fortalecimento emocional do indivíduo.
O
cuidado com a rotina a qual uma criança é submetida é algo muito
importante. Esses seres em desenvolvimento diário não possuem
condições físicas e principalmente mentais suficientemente
desenvolvidas para suportar uma rotina de cansaço e compromissos
rígidos. Essa introdução a diferentes rotinas deve ser feita de
forma coordenada e paulatina, a fim de que isso não prejudique o
desenvolvimento sadio da criança e sua adaptação ao meio em que
está sendo introduzida.
A
educação de uma criança é algo muito delicado e requer grande
cuidado. Correr, gritar, cantar, dançar, desenhar, enfim, expressar-se de diferentes formas é uma necessidade que todas elas têm
e isso demonstra que ela está se desenvolvendo. E é dessa forma
que, após desenvolvida, essa futura geração terá, em suas mãos, o
poder de educar e de fazer do mundo um lugar cada vez melhor.
Aprender
brincando
Murilo Bortholin Zanchetta
Nos
dias atuais, o bem-estar tem sido uma das prioridades do ser humano.
Os pais querem proporcionar aos seus filhos uma vida sempre melhor do
que a que tiveram. Muitas vezes eles acabam privando a criança de
sua infância para ela poder estudar e desfrutar, a longo prazo, os
resultados de tanto estudo. Porém, isso acaba se configurando como
um roubo a uma importante fase da vida de uma pessoa. A criança
necessita de um tempo para descansar sua mente e se descontrair. A
brincadeira é um importante estímulo para o convívio social. Além
disso, brincar desenvolve habilidades intelectuais e motoras nas
crianças.
A
infância é uma fase de muitas descobertas na vida de um ser humano.
É um período em que a criança está aprendendo a todo momento e,
por isso, ela necessita de um descanso mental. A imposição de uma
pesada rotina de aulas e estudos acabaria a levando ao esgotamento
mental. Por isso, momentos de descontração, como as brincadeiras,
além de descansarem a mente, ainda renovam as energias e estimulam
novos aprendizados.
Uma
pessoa bem-sucedida, tanto no âmbito social, quanto no profissional,
precisa ter bom relacionamento com os demais. Um dos melhores métodos
para se desenvolver a sociabilidade são as brincadeiras. A interação
social que elas proporcionam às crianças se reflete no bom
relacionamento diário e até no desempenho profissional futuro
delas, sem ignorar que ainda podem desenvolver o espírito de
liderança.
Brincadeiras
estão presentes na vida de quase todo ser humano e não por acaso.
Além de elas serem uma maneira de descontração, brincar estimula a
coordenação motora e a capacidade de aprendizagem de uma pessoa.
Muitas empresas, hoje em dia, têm aplicado dinâmicas de
aperfeiçoamento profissional baseadas em princípios lúdicos, pois
já se sabe que um funcionário aprende melhor brincando. A evolução
intelectual proporcionada à criança pelas brincadeiras é um dos
trunfos de que elas são essenciais na vida infantil.
O
propósito que alguns pais têm de transformar a infância de seus
filhos em uma maratona de cursos e atividades pode ser até
bem-intencionado; porém esses pais não têm o direito de privar
seus filhos de sua infância. E, para o bom desenvolvimento de um ser
humano, é necessário que ele viva esse momento de forma saudável, com
brincadeiras e descansos. Somente assim ele estará pronto para o
aprendizado e para as responsabilidades que a vida lhe apresentará
no futuro.