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Durante uma das aulas de
Redação, o aluno Eduardo, da 1ª série da Turma Delta, produziu o
texto a seguir. De cunho intimista, a pequena crônica capta um
momento inconfundível na vida de todo aluno especialista.
Quer saber que momento é
esse? Então, boa leitura!
A
separação
Eduardo
Menezes Rodrigues dos Santos
Na madrugada fria, um
abismo de angústia e de dor pairava na terra que ninguém pisa. Dos
filhos, recrudescia o sentimento do abandono, das dúvidas, da
insegurança, enquanto as mães sorriam por fora pelo orgulho da
família, mas derramavam uma cachoeira de lágrimas pela caverna da
rocha.
A lufada da
bomba-relógio, pejada de saudade, aumentava a cada sinapse nervosa
de uma lembrança e nublava a vida dos, agora, defensores da pátria.
Enquanto uns se apegavam a pensamentos positivos, de incentivos,
motivação e orgulho da farda, outros em nada conseguiam disfarçar a
dor da separação. Para um grupo seleto, um pífio momento que iria
extinguir-se com o passar do tempo; para outros, pensamento puído
eterno.
Essa é uma realidade
para quem está passando ou para quem já passou por tal situação.
Todo aluno da Escola de Especialistas de Aeronáutica é submetido a
essa eterna luta entre o triunfo e a saudade, em que a dor é evocada
e a lembrança da separação precisa ser superada.
A dor é passageira, a
glória é para sempre. Desistir para uns é um remédio para
livrar-se da dor da alma, mas um passo que, anos mais tarde, fará
surgir o pior sentimento de todos: o arrependimento. Para os que
almejam a vitória, o sacrifício é necessário, e um futuro digno
coroado com a realização profissional, certo.