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Recanto
dos Sonhos
Israel de Mello Ferreira
Finalmente, e para meu alívio, havia
acabado o primeiro semestre letivo da Escola de Especialistas de Aeronáutica. Mais do que
merecidamente, após seis meses de correria, estudos e desgaste,
decidi passar minhas primeiras férias no litoral nordestino. Para
isso, eu e minha família, alugamos uma grande e belíssima casa na
praia, a qual acomodava perfeitamente todos nós.
A casa era
majestosamente perfeita, aconchegante e inundada por um ar de
tranquilidade e sossego. Sua estrutura, arquitetada em cedro,
refletia rusticidade e suntuosidade. Quase todas as paredes, da sala
de estar, eram constituídas por vidraças translúcidas que, com a
bela vista do mar, pareciam belos afrescos. O chão da sala era de
madeira escura, coberto por um belo tapete bege felpudo. O teto
sustentava um lustre cristalino que de dia refletia o sol e à noite
embelezava o ambiente. As paredes dos quartos eram de um azul calmo
que nos enchia de paz e, em cada quarto, havia uma janela que pela
manhã revelava a revigorante luz do sol.
No centro da sala, ao
cair da noite, reuníamo-nos sobre grandes almofadas em frente à TV
posicionada no centro da parede à esquerda da porta principal. Havia
também uma espreguiçadeira, confortabilíssima, que meu pai
escolhera para pequenos cochilos. Nem mesmo os dias de chuva
atrapalharam as férias, pois nos divertíamos com animadas músicas
tocadas em um micro system colocado ao lado da TV. Os imensos
quartos guardavam leitos luxuosos que proporcionavam noites de sono
magicamente restauradoras e os banheiros mais pareciam um SPA, com suas
banheiras de hidromassagem. Por toda a casa existiam pequenos vasos
com flores e com alguns pequenos arbustos que coloriam o recinto.
Essa incrível casa portava e nos
assegurava um conforto inimaginável; seu aconchego era tão
convidativo, que muitas vezes esquecíamos estar em uma praia paradisíaca e
passávamos o dia todo nos deliciando com as iguarias que aos nossos sentidos eram oferecidas. Com toda aquela dimensão, nosso único desejo era o de que as férias não acabassem nunca e toda a família
pudesse continuar ali, agasalhada nos braços daquele grande
santuário.