Blog do Capitão Aza |
Letras
& e-Artes, memória
viva
Capitão Aza, de A
a Z
As crianças e os
jovens brasileiros de hoje, tão habituados com os super-heróis
americanos da Marvel e da DC Comics, talvez não saibam, mas o
Brasil já teve um herói autenticamente nacional, e,
ainda por cima, de carne e osso. E você pode não
acreditar, mas, justamente durante os chamados Anos de Chumbo, no
auge do AI-5, sua figura remetia inconfundivelmente à de um
militar, e da Aeronáutica. E, como se isso já não
bastasse, era também delegado de polícia.
Ele não usava
capa, não tinha superpoderes e não lutava contra vilões
alucinados que sempre querem destruir o mundo. Sua roupa era simples:
um macacão de aviador e um indefectível capacete de
piloto com vistosas lentes negras. Seus poderes eram tão
somente a alegria, a comunicação e a camaradagem. Sua
missão, conforme bem diziam os versos de sua canção,
era, pela trilha da esperança, cantar o amor e a paz.
No comando de sua
astronave (na verdade um, para os padrões de hoje, rudimentar
cenário dentro de um estúdio de televisão da
extinta TV Tupi) impreterivelmente todas as tardes, ao longo de
impressionantes 13 anos, o Capitão Aza alimentou a fantasia de
milhões de crianças brasileiras, que o tinham por
ídolo, e se transformou no primeiro fenômeno de massa
produzido pela mídia para essa faixa de público.
E,
diferentemente de outros programas televisivos infantis que o
sucederam e confessadamente por ele foram inspirados, o Clube
do Capitão Aza conseguiu
toda essa audiência sem apelar para a exibição de
uma adolescente sequer em micro-shorts,
com coxas e umbigo de
fora. Surpreendentemente todo o carisma do personagem-apresentador
foi construído na base da defesa de ideais simples e
atualmente tidos como fora de moda, como o valor do caráter, o
respeito aos pais, à escola e aos professores, ao trabalho,
aos mais velhos, ao turismo, à cultura e à pátria.
Por meio de seu programa,
também toda uma geração foi apresentada aos
heróis mais famosos dos quadrinhos e que hoje arrecadam
milhões nas bilheterias de cinema de todo o mundo, como o
Homem de Ferro, o Homem Aranha, o Capitão América, o
Hulk, o Thor, o Speed Racer e o Batman. Se você tem pouco mais
de quarenta anos, sabe onde viu pela primeira vez todos eles e
ainda: Ultra-Seven, Robô Gigante, Príncipe Namor,
Thunderbird, Super-Dínamo, Joe 90, Esper e tantos outros.
Mas, por detrás de
todo herói, há sempre uma identidade, um rosto, a
história de um homem. Wilson Vasconcelos Vianna; era esse o
seu verdadeiro nome. Ator, cantor e delegado da Polícia Civil
do Estado do Rio de Janeiro, membro da Academia de Cinema de
Hollywood, laureado com a medalha do Mérito de Santos Dumont
por seu efetivo trabalho de divulgação da Força
Aérea e, em geral, das Forças Armadas, é a ele
que o Letras rende aqui esta justa homenagem no mês de
setembro, mês em que, pela primeira vez, foi ao ar o Clube do
Capitão Aza, naquele longínquo ano de 1966.
Quer saber mais sobre o
Capitão Aza e sobre Wilson Vianna? Continue lendo.